terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mar do Ceará apóia Circuito Surf Pesca



Neste fim de semana aconteceu na Praia da Taíba a 9a edição do Circuito Surf Pesca organizado pelos alunos do Curso de Engenharia de Pesca da UFC. O Clube do Mar do Ceará que não poderia ficar de fora, apoiou este evento com a premiação de um kit de mergulho básico para o vencedor.



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Emergências no Mergulho: como proceder?

Imagem Ilustrativa. Foto: Marcus Davis

Todas as atividades praticadas em condições extremas apresentam algum risco. No  mergulho autônomo não é diferente, emergências poderão surgir, a questão é se voce vai estar preparado ou não. Desenvolver seus conhecimentos e praticar (mergulhar muuuuuito!) trarão mais segurança evitando o risco de estresse e aumentando sua capacidade de reação quando enfrentar um problema. Ter algum tipo de treinamento em primeiros socorros é fundamental e um curso de Mergulhador de Resgate PADI também pode ser uma boa opção. Estar bem equipado também faz a diferença assim como estar bem preparado fisicamente.

Mas quando o problema surgir um bom Plano de Emergência previamente formulado pode aumentar as chances do mergulhador acidentado de recuperar-se sem seqüelas. 

Veja abaixo que passos seguir no caso de enfrentar uma emergência de mergulho (doença descompressiva, híperexpansão pulmonar, etc).


- Em primeiro lugar mantenha-se informado sobre como proceder e tenha práticas de mergulho seguro. Visite o site da DAN Brasil (http://www.danbrasil.com.br) e fique a par dos procedimentos e equipamentos de emergência.

- Por telefone: Ligar para 0800-684-9111 (Hot-line DAN) e solicitar atendente que fale português OU ligar para os EUA no número 00-XX-1-919-684-9111 (Hot-line da DAN EUA) e solicitar atendente que fale português.

- Por rádio: Colocar no canal 16, pedir ligação para 0800-684-9111 (Hot-line DAN Brasil) quando atendido solicite atendente que fale português OU solicite ligação a cobrar para os EUA no número 1-919-684-9111 (Hot Line da DAN EUA) e solicitar atendente que fale português.

- Anotar e passar os dados do mergulho e do mergulhador (com o máximo de detalhes possível) e solicitar informações sobre como proceder.

- Se o mergulhador estiver consciente mantê-lo deitado de costas. Se estiver inconsciente colocar o mergulhador na posição de recuperação.

- O mergulhador acidentado deve respirar Oxigênio puro (100%) todo o tempo.

- Em suspeita de doença descompressiva o acidentado pode ingerir líquidos não-alcoólicos.

- O acidentado deve ser encaminhado para o hospital mais próximo para ser estabilizado. Se o mesmo tiver seguro da DAN, a mesma deve ser contatada (se ainda não tiver sido) para cobrir a remoção e o tratamento em Câmara Hiperbárica, bem como orientar o tratamento do acidentado. Para isso deve ser passado o perfil do mergulho. Se o acidentado não possuir seguro, ainda sim se deve pôr o médico do hospital em contato por telefone com a DAN Brasil.

- Se necessitar de ajuda para remover o paciente ligue para o 193 (Corpo de Bombeiros) ou 190 (Centro Integrado de Operações de Segurança - CIOPS).

- Evacuação aeromédica somente em baixa altitude (máximo 1000 pés).

- Se ainda não tiver feito, entre em contato com a Câmara Hiperbárica mais próxima (no endereço) e informe que está com um mergulhador acidentado e passe os dados do mergulho e do mergulhador abaixo:

Clínica São Bento
Rua Paula Ney, No170, Aldeota.
(85) 32240892 / (85) 32683562

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sucata de barco está à espera da Justiça para ser retirada

O barco está encalhado há cerca de 10 anos, segundo o Movimento Amigos da Beira Mar (FOTO: GEORGIA SANTIAGO
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O barco está encalhado há cerca de 10 anos, segundo o Movimento Amigos da Beira Mar (FOTO: GEORGIA SANTIAGO )

Indiferente aos golpes das ondas e ao olhar de quem passa, ele jaz no começo da avenida Beira Mar, em frente ao Hotel Esplanada. Apesar de quieto, o barco encalhado no local há cerca de dez anos – ou o que sobrou dele – incomoda visitantes e moradores, que pedem sua remoção imediata. 

Quem puxa o movimento é Tadashi Enomoto, coordenador do movimento Amigos da Beira Mar. Segundo ele, há pelo menos dez anos a retirada da embarcação é aguardada pelos moradores. “Está atrapalhando demais. Todo mundo reclama disso”, cita. Ele diz que a presença do barco é tão incompreensível como um carro velho abandonado num estacionamento de shopping. “Estamos numa praia que é das mais bonitas do Nordeste e tem uma sucata jogada no meio do mar”, indigna-se.

Para ele, o principal problema do barco enferrujado é visual. “É horrível. Estão fazendo toda a parte urbanística, com cerâmica nova, e está lá o monstrengo”, aponta Tadashi, que promete acionar o Ministério Público Federal em busca de respostas sobre a responsabilidade de retirada do barco. Outro problema, continua ele, é o potencial perigo para banhistas, porque, em períodos de maré baixa, forma-se uma pequena praia no local do encalhe.

A doméstica Vanda Alves, 39, endossa as críticas de Tadashi. Para ela, o barco já deveria ter sido retirado da área, porque, segundo ela, o local serve de abrigo para pessoas usarem drogas e até para encontros amorosos. “Se fosse pelo menos algo de novidade, mas não, vai fazer 12 anos que eu trabalho por aqui e ele continua aí”.

Autorização
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Executiva Regional II, a retirada da embarcação encalhada, que recebe a denominação de Alimar VII, depende apenas de autorização da 13ª Vara Cível para a quebra em vários pedaços. 

Segundo a prefeitura, a Justiça autorizou a retirada do equipamento e sua armazenagem em um depósito da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), mas ainda não deu resposta a ofício enviado no dia 15 de abril deste ano pedindo autorização para a quebra.

De acordo com a assessoria de imprensa do Fórum Clóvis Beviláquia, o barco é objeto de penhora de uma dívida da empresa Alimar Pesca e Exportação ao Banco do Estado de São Paulo. A assessoria confirma o recebimento do ofício do pedido de fragmentação para retirada e completa que o processo está na mesa da juíza para análise, sem prazo específico para a decisão.

Onde

ENTENDA A NOTÍCIA
A Beira Mar de Fortaleza é o principal cartão postal da cidade. O barco está encalhado em frente ao Hotel Esplanada. Moradores da área, reclamam do perigo que a embarcação pode causar a banhistas

SAIBA MAIS
Para o instrutor de mergulho Marcus Davis, existem duas hipóteses para o barco enferrujado ter parado lá.

A primeira é ele ter encalhado enquanto estava sendo rebocado. A segunda hipótese é ele ter sido levado pela maré enquanto estava sendo desmontado para ser vendido como sucata.

Ainda segundo ele, por conta do estado de conservação, não há mais condições de levar o barco para alto-mar e naufragá-lo, o que ajudaria para torna-lo abrigo para peixes. “O único caminho é retirar dali”, avalia o instrutor.

A embarcação, chamada de Alimar VII,é objeto de penhora de uma dívida da empresa Alimar Pesca e Exportação ao Banco do Estado de São Paulo. Não se sabe ao certo como ela foi parar no local, em plena Beira Mar de Fortaleza, próximo ao Hotel Esplanada.
Thiago Mendes
thiagomendes@opovo.com.br

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O Avião da Enseada do Mucuripe

Corpo do Tenente Renato Ayres sendo desembarcando no Iate Clube
O dia era 22 de outubro de 1967 e milhares de pessoas lotavam a faixa de areia do Iate Clube até a Praia de Iracema para assistir ao show aéreo prometido para aquele dia como parte das comemorações da semana da asa. Dez aeronaves participavam do evento e até um alvo incendiário foi montado dentro da Enseada do Mucuripe para demonstrações de tiro.

Uma dessas aeronaves era o caça não municiado TF-33 da Força Aérea Brasileira sob comando do 1o Tenente Renato Ayres que havia sido incumbido da missão de fazer manobras acrobáticas durante a apresentação. O Ten. Ayres tinha apenas 25 anos de idade mas possuía mais de 2 mil horas de vôo em seu currículo. Ele deveria fazer manobras diversas de modo a "permitir ao público máxima visibilidade das evoluções de seu aparelho".

1o Tenente Renato Arzuaga 
Ayres da Silva 
Mas não foi exatamente isso que aconteceu. Algo deu errado logo após o meio-dia quando o TF-33 se aproximava a baixa altitude em trajetória paralela a linha da praia para uma manobra ousada em que giraria algumas vezes em torno do seu próprio eixo, chamada de "toneaux". A aeronave chocou-se com violência contra os verdes-mares do Mucuripe. O impacto causou uma explosão imediata chocando a população que assistia perplexa. 

O corpo do piloto foi retirado do mar cerca de 30 minutos após o acidente por "homens-rãs" (como eram chamados os mergulhadores) da Marinha e do Corpo de Bombeiros. No entanto, o impacto da explosão foi tão grande que a aeronave se estraçalhou. Nos dias posteriores membros do piloto foram encontrados em praias da capital.

O momento foi capturado pelo experiente
fotógrafo Esdras Guimarães.
Segundo o Coronel-Aviador Edivio Caldas Sanctus que na época era o comandante da Base Aérea de Fortaleza, "o acidente ocorreu quando o avião realizava a segunda virada do dorso, ocasião em que ocorreu uma perda de altitude que os pilotos chamam de 'colherada'. A dois mil metros com o bico do aparelho levantado a manobra não oferece risco. Entretanto o Ten. Ayres realizou a acrobacia a baixa altitude a fim de permitir ao público sua plena visibilidade e o aparelho não teve como compensar a perda de altitude, chocando-se com a água e explodindo imediatamente".
TF-33

O Coronel Sanctus também se queixou da tecnologia obsoleta dos aviões da FAB. Segundo ele, os TF-33 já eram aeronaves obsoletas que se tornavam a principal escolha da FAB devido a seu custo-benefício. 

Uma breve história de família: meu pai que na época tinha pouco mais de 13 anos, havia combinado com meu avô alguns dias antes de assistir as demonstrações da Semana da Asa. No entanto, no dia do evento meu pai por motivo fútil se desentendeu com meu avô e de birra não foi assistir a apresentação das aeronaves. Resultado: deixou de presenciar um dos "maiores" acontecimentos da cidade na época!


Reprodução total ou parcial apenas com autorização. Obrigado!


Pesquisa e Texto:
Marcus Davis


Fontes:
Tribuna do Ceará
Correio do Ceará
Opovo