quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Naufrágio Destruído na Ponte Metálica

Mergulhador entre os cabeços de amarração do Naufrágio da Ponte. Ele foi soterrado.
Os patrimonios culturais e históricos brasileiros não são valorizados como deveriam. São poucos os prédios históricos que sobrevivem ao avanço da modernidade em um lugar onde a memória é breve. Até um castelo o "Castelo do Plácido" que se localizava na atual Praça Luiza Távora tivemos a audácia de destruir.

Localização do Navio da Ponte
E é uma pena que um projeto de resgate de nossa memória tenha esquecido de preservar nossa cultura submersa. Muitos são os naufrágios que jazem em nosso litoral cada um deles como em uma capsula do tempo, guardam fragmentos de nossa história. No entanto, talvez pela dificuldade de acesso ou pela falta de incentivo essas relíquias permanecem no fundo, imperceptíveis e muitas vezes anônimas, desconhecidas do público em geral.

Navio da Ponte em imagem de 1908
A Ponte Metálica, antigo porto de Fortaleza, é bem conhecida pelos moradores da Praia de Iracema. Foi construída no início do século e serviu nossa cidade por quase cinquenta anos. Muitos navios desembarcaram suas mercadorias ali e alguns vieram a naufragar em seus arredores. Com o tempo, esses navios perderam suas identidades restando a nós mergulhadores e estudiosos pesquisar e descobrir sua procedência.

Poucos sabem, mas ao lado deste antigo porto existe um naufrágio, provavelmente do início do século. Um navio de aço com cerca de 50m de comprimento naufragou próximo aos arrecifes localizados ao lado da Ponte Metálica. Apenas mergulhadores tem, ou tinham, a oportunidade de observar e pesquisa-lo de maneira eficiente. O Navio da Ponte foi apresentado ao público em geral em 2006 através de uma crônica publicada no portal Brasil Mergulho e em 2010 no Mar do Ceará.

O projeto de revitalização histórica da Ponte Metálica "Corações & Mentes" esqueceu justamente de sua história marítima que almejava lembrar. Foi construído um quebramar justamente sobre o local em que se encontrava o naufrágio. O Navio da Ponte não existe mais pois foi soterrado por toneladas de pedras. Não é mais possível determinar a importância histórica desse naufrágio ou mesmo que navio era. Devemos lembrar que para a construção de grandes obras é necessário um estudo, inclusive arqueológico do local para ter a certeza de que nada será perdido, como ocorreu com a Ponte de Sabiaguaba que foi embargada justamente por passar sobre um sítio arqueológico.
Localização atual do naufrágio

E por que sítios arqueológicos submersos não são valorizados da mesma forma? Existe claramente uma carência de profissionais na área e incentivo das autoridades e iniciativa privada nesta área que traz pouco retorno financeiro e grande retorno histórico-cultural. 

Novo Croqui do Naufrágio dos Remédios!

Por Luciano Andrade e Augusto César

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Seminário de Arqueologia Subaquática - Algumas Considerações


Há cerca de três anos um grupo de diversos profissionais voluntários, vem trabalhando na produção de um livro sobre a arqueologia da praia da Ponta Grossa, no litoral sul do Estado do Ceará.

Ao longo de sua vida o pescador de nome Josué Crispim, veio coletando pedras, conchas, porcelanas, moedas, pedaços de faianças, etc... Encontrados nas dunas e falésias da praia, são centenas de fragmentos do tempo ali, que devido à exposição ao vento, ao sol e a chuva, estavam em um processo rápido de degradação.

A função do livro é de motivar e justificar a criação de um museu na comunidade de Ponta Grossa, e a partir daí, possibilitar à população local o acesso ao conhecimento arqueológico de sua terra e à sua história. Ao mesmo tempo ser uma referência para pesquisadores e turistas curiosos, que queiram conhecer esta parte do litoral, procurando então ser um polo gerador de cultura.

Muito embora como mergulhador meu conhecimento sobre o tema do seminário seja bastante modesto, pude observar a divisão de opiniões entre duas teses; da Academia de viés conservacionista, e a dos Caçadores de Tesouros, penso, de caráter exploratório.

O exemplo de como se formou o acervo do futuro museu da Ponta Grossa, me faz indagar se seria possível fazer um museu de acervos arqueológicos subaquáticos. Seria mais lógico permanecer com tudo submerso, pois assim se teria um prazo de vida bem mais longo do acervo. Ou se se poderia retirar e doar para museus, pois embora com um tempo de vida menor, seria vista por muitos, incentivando o desenvolvimento da arqueologia subaquática no nosso país, e quem sabe estimulasse a pesquisa em conservação de peças e naufrágios.

Os museus são fundamentais para história de um povo, pois guardam a sua memória. Devemos então como cidadãos encontrar um caminho para nova Lei sobre o Patrimônio Arqueológico Subaquático brasileiro, que nos permita contar nossa história.



Augusto Cesar Bastos Barbosa.
Advanced, Nitrox e Wreck Diver PADI

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Registro de Pesca Fantasma em Naufrágios no Litoral do Ceará!

Artigo científico de autoria de membros da equipe do Mar do Ceará e apresentado por Lídia Torquato no Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca que aconteceu em Bélem do Pará em novembro de 2011!

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